CONHEÇA A HISTÓRIA DO FUNDADOR
CONHEÇA TIAGO .
E POR QUE ELE COMEÇOU O MOVIMENTO NOSHAME .
Como muitos, a juventude de Tiago Valente foi marcada pela luta. A escola, as interações sociais e a vida familiar apresentavam desafios constantes. Crescer em uma casa sombreada pela grave depressão de sua mãe, que a levou a ser hospitalizada várias vezes desde a infância até a adolescência, lançou uma longa sombra sobre seus momentos mais felizes. Seu conforto estava no futebol e nos computadores – mundos onde ele poderia escapar momentaneamente da realidade que o cercava (e felizmente ganhou amigos para o resto da vida).
Apesar destas fugas, a sua mente estava muitas vezes noutro lado, sobrecarregada pelo peso das lutas familiares. Sua jornada até a idade adulta não aliviou esse fardo.
Aos 36 anos, em meio à insatisfação pessoal e profissional, apesar do sucesso aparente em Dubai – e todos ao seu redor o parabenizando por sua carreira, sua vida atingiu o nível mais baixo. Encorajado e apoiado pela agora ex-mulher durante um período tumultuado, ele procurou terapia. E foi quando veio a realidade mais sombria, que ele foi diagnosticado com depressão e ansiedade (leve), uma revelação que explicava muito, apesar de ele não querer aceitar.
"Tive a sorte de praticar esportes que me ajudaram a escapar e me deram estrutura. Outras pessoas seguem caminhos mais sombrios."
A dissolução de seu casamento, o início de um novo capítulo sozinho e a distância de seu filho e família forçaram uma dura reinicialização em sua vida. Neste período de isolamento, encontrou, por acaso, um novo refúgio: os desportos de resistência, o triatlo. Cruzar a linha de chegada de sua primeira corrida reacendeu uma alegria há muito perdida, lembrando-o de seus dias de futebol e oferecendo um vislumbre de esperança de que as pessoas possam ser felizes.
Mas isso não foi suficiente. Os esportes de resistência, ou triatlo, neste caso, foram apenas uma ferramenta dessa recuperação. Ele foi (e ainda hoje) acompanhado por um psiquiatra profissional, juntamente com terapia frequente. A combinação destes três elementos (o psiquiatra - com a medicação, as sessões de terapia e o treino intenso de triatlo) ajudou-o a ultrapassar os dias sombrios da depressão, podendo agora olhar para trás e ver aqueles dias de um ângulo diferente.
"Ainda tenho dias sombrios, mas quando olho para trás quase não consigo me reconhecer. Fiquei completamente perdido, desesperado, preso, triste, tudo... e ninguém percebeu."
No entanto, o fantasma da depressão está sempre presente, não só para ele, mas como um legado potencial para o seu filho (já que a genética é forte). Com a depressão afetando sua avó, sua mãe e agora ele mesmo, ele está determinado a quebrar esse ciclo.
Com base no conceito de "recuperação ativa" que aprendeu no triatlo, ele pretende criar consciência e ferramentas para combater o estigma em torno da depressão entre os homens e da saúde mental masculina, fazendo a diferença não apenas para sua família, mas para qualquer pessoa afetada por esta batalha silenciosa.
Foi assim que nasceu o Movimento NOSHAME, porque, como qualquer outra doença (por exemplo, diabetes), as pessoas não têm vergonha ou estigmatização ao falar sobre isso. A depressão é como qualquer outra doença, mas pode levar a consequências graves (e fatais), portanto, vamos parar com o conceito antiquado de machos alfa e parar com o estigma sobre a depressão nos homens.
Envolva-se nesta causa.
Vá treinar com ele.
Acompanhe a jornada.